sábado, 12 de julho de 2014

Entre algo e outro algo, tudo é vão?



Aquele que estando á beira de um abismo olha para baixo, tomando o fundo abismo como referencia, se imagina sempre acima de algo.
Porem, se do mesmo ponto, observa o cume de uma montanha e esta passa a ser sua referencia o mesmo homem, se imagina agora abaixo de algo.
Se agora, quiser estabelecer um ponto fixo, pode considerar o uso da altitude, adotando o nível do mar como ponto de referencia.

O Risco das sensações
Aquele que observa o abismo, pode sempre se achar além de algo, possivelmente, além de si mesmo, adquirindo uma autoimagem engrandecida e observando aqueles que estão abaixo do ponto de observação, seres menores.

Observando o cume da montanha, pode imaginar-se um ser de menor valor e capacidade.

Já, ao tomar como referencia a altitude, a inconstância pode entrar em cena, pois, embora o nível do mar seja algo fixo, por ser, as vezes, distante do ponto em que o observador se encontra, tornando complexa a mensuração rápida e dedutiva, ao considerar a altitude e não a altura, não leva-se em conta que existem montanha mais baixas e abismos mais altos que o ponto inicial da medida. Então, ao caminhar, o mesmo observador pode estar hora dezenas de metros acima, hora dezenas abaixo, mas sempre a a zero de altura.

A possibilidade da estagnação existe nos três casos, pode ser no vencer o desafio e se acomodar ao chegar no cume da montanha, ou no conforto medíocre de estar "acima" do ponto de referencia ou no medo, desequilíbrio e inconstância improdutiva do ponto de referencia ideal.

O outro e seus objetivos
Se entre os pontos de referencia houverem homens, de relance, o observador não saberá em que direção estão indo, se subindo ou descendo.

Por exemplo, se o objetivo do homem for chegar ao fundo do vale, talvez, o fato de estar subindo, ou acima, não seja grande vantagem.

Em comparação aos outros homens e seus objetivos, pode-se também estar acima ou abaixo (comparando a distancia que se encontram dos objetivos pessoais de ambos), mesmo estando no mesmo ponto.
Neste caso, alguém abaixo fisicamente, pode estar acima, na pratica ou vice-versa.

A questão
Este mesmo homem, estando em um ponto fixo, ao considerar as três referencias, está mais alto em qual delas?
...

Agora, com relação aos objetivos internos, este homem, estão acima, ou abaixo?
E qual o valor disto?
Qual o valor de estar acima?

O Alvo
Penso que nossas métricas devem ser nossos objetivos, sonhos, valores.
Se nos estiver claro o desejo do que está no cume da montanha, no fundo do vale ou no nível do mar e tomarmos cuidado com o comodismo, a autocomiseração e o orgulho, teremos claro nosso norte (que as vezes, pode ser o sul), e saberemos averiguar a distancia que estamos e o que devemos ajustar para que cheguemos mais rápida e facilmente ao Alvo.

O outro, uma nova visão
Quanto aos outros, com quem cruzaremos, inevitavelmente, pelo caminho, não estarão mais acima ou abaixo de nós, serão apenas homens, subindo ou descendo, mas sempre em direção aos seus objetivos (ou desejos) e isto, deixará de nos incomodar.
Neste momento apenas observaremos e cuidaremos para que nossos caminhos não se cruzem de forma que sejamos um estorvo, visto que seria um gasto desnecessário de energia desviar outro de seu caminho e objetivo, quando poderíamos apenas, dar um passo para o lado, aguardar uns instantes, facilitar-lhe a carreira. E se possível (sempre é) aprender algo para facilitar nosso percurso.

Subir, descer? Pra onde ir Eu,  Pessoa e os São's?

Quanto ir?
Pra onde ir?
Como diria Fernando Pessoa "O homem é do tamanho do seu sonho".
Sonhe grande, tenha um objetivo, o topo, não é o limite simplesmente por ser o topo.
O fundo não é o local desprivilegiado somente por estar abaixo.
O meio não é necessariamente o lugar mais seguro ou confortável.
Persiga seus sonhos, trace metas e objetivos e corra para o Alvo. Sim, maiusculo, pois, no fim das contas, desde o inicio, falo de um Alvo só, (agora sem medo de deixar o texto confuso) que dizia, numa conversa com São Tiago
Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva, e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo.”
São João Batista disse "É necessário que Ele cresça e que eu diminua.", vê-se que este diminuir é na verdade um crescimento, pessoal e em direção ao objetivo do próprio João, que era diminuir-se em em preferência Ao Alvo.

Que nós, independente de ter que subir, por vezes sem querer, chegando a exaustão, esperar num local que pode nos levar a um marasmo ou negar a nossa vontade ou descer, mesmo tendo subido antes e tendo de abandonar o esforço anterior, mesmo tendo que se diminuir em relação aos outros, tenhamos claro o Alvo e Ele mesmo seja nossa força para qualquer dessas atitudes.

O que São Paulo tem a nos dizer
"Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus."
Carta aos Filipenses.

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