sexta-feira, 20 de maio de 2016




Fundamentos da Religião Cristã

  O cristianismo, atualmente conta com mais de dois bilhões de adeptos em todo o mundo o que a torna a religião mais numerosa.
 Como qualquer outra religião, tem seus conjuntos de regras, ritos, filosofia e credos – que trataremos a seguir. Seu livro sagrado é a Bíblia um compêndio com 66 livros, escritos ao longo de 1500 anos por aproximadamente 40 autores, que não se conheceram, em sua maioria, mas seguem um tema central. As cidades sagradas são Jerusalém – Israel, pois ali viveu seu líder e fundador e Vaticano – Roma, como centro político-religioso do catolicismo romano, uma expoente vertente do cristianismo.
 A origem desta religião é o Judaísmo, nascido no deserto do oriente médio no século XVIII A.C. a partir da teofania e epifania de Abraão.
 Assim como o judaísmo, o cristianismo é uma religião monoteísta, ou seja, adora a um único Deus. Não a vários, como as politeístas. E esta é a diferença primaria entre as religiões.  Ambas são religiões messiânicas, ou seja, aguardam um enviado divino para a libertação do povo oprimido, tanto política quanto espiritualmente. E esta é também uma das principais diferenças entre elas.
Enquanto o judaísmo ainda espera a vinda deste messias, para o cristianismo, ele já veio, cumpriu sua missão ao morrer em uma cruz – e ressuscitar, segundo creem – aproximadamente dois mil anos atrás.
 Sua obra é o ponto central da fé cristã, que acredita que Jesus de Nazaré, filho de um carpinteiro de e de uma Jovem chamada Maria, foi concebido sem conjunção carnal, mas, num ato sobrenatural prenunciado por um anjo. A concepção ocorreu sob ação do Espírito Santo – Uma das pessoas que compõem a unidade-trina do Deus cristão, juntamente com Jeová e o próprio Jesus, que ao ser concebido, torna-se a encarnação de Deus, o filho de Deus, O Verbo Encarnado, segundo São João. Sua vida imaculada, morte e ressurreição – uma vez que o inferno e a morte não poderiam dete-lo, visto sua santidade e ausência de pecados – geram-lhe um crédito de justiça, que é compartilhado com toda a humanidade, remindo os pecados e livrando da condenação eterna mediante a aceitação do seu sacrifício vicário, e do seu senhorio.
 Por este feito, Jesus de Nazaré é considerado o Messias ou o Cristo em grego e é chamado de Jesus Cristo, de onde vem as palavras cristão e cristianismo.
 O Termo Cristãos, “pequenos Cristos” foi usado pela primeira vez na Antioquia logo no inicio da era cristã, e referia-se aqueles que eram considerados seguidores ou imitadores de Cristo, ou seja, os discípulos, apóstolos e demais crentes que formavam os primeiros grupos de fiéis, a igreja primitiva.
A igreja teve origem em Israel e se espalhou pelo mundo através de perseguições e mortes, e ao longo destes mais de dois mil anos, tem se fortalecido e se diversificado. Segundo Tertuliano, “O sangue dos mártires é a semente do cristianismo”.

 Igreja é um termo que no cristianismo designa o grupo dos fiéis espalhados pelo mundo, ou um pequeno grupo com convicções e locais de culto semelhantes, neste caso, chama-se, também, de denominação. Numa breve pesquisa pela internet encontramos mais de 30 mil denominações cristãs no mundo.
Mas, em que creem os cristãos?
Na atualidade, com tantas denominações e formas diferentes de se pensar, fica difícil fazer um compendio com todos os pilares da multiforme igreja pelo mundo.
Porem, podemos nos valer da base primordial, do DNA do pensamento teológico cristão, que foi segundo a tradição, expressado pelos próprios apóstolos, ou seja, aqueles que estiveram com Jesus Cristo, participaram da sua jornada pela terra, alguns destes testemunharam os dias que ele passou entre os vivos, após sua ressurreição, foram agentes de milagres através da força divina e também difusores da fé cristã pelo mundo antigo. Outra possível origem destas afirmações são pequenos credos batismais usados pelos cristãos antigos, que serviam tanto para instruir-lhes quanto para refutar falsas doutrinas, mais especificamente o gnosticismo.
 Este texto é chamado de Credo Apostólico.
“Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
 Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
 Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna.
 Amém.”
 E é sem duvida o resumo de toda a fé cristã, contendo desde a supremacia de Deus, origem do universo, deidade e humanidade de Cristo, crença no Espírito Santo; também por temas como a criação, salvação e santificação do homem e demais pormenores que trataremos a seguir:

 “Creio...”, a bíblia nos diz que “A salvação vem pela graça, mediante a fé...” Ou seja, o posicionamento de fé, ou crer, é o núcleo base para a aceitação e eficácia do cristianismo e agente de ativação de poderes extra-humanos, provenientes do favor divino, tanto na salvação da alma, quanto no mundo físico. Também, uma forma de interagir com Deus, tanto para se aproximar, quanto para agrada-lo.

 “Em Deus Pai Todo Poderoso" A Onipotência é uma das características do Deus dos cristãos.  Segundo escrito em Jó 42:2: "Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido."

 “Criador do Céu e da terra” esta afirmação, remete a crença na passagem de Genesis 1:1 “No princípio criou Deus o céu e a terra.”, onde é declarado tanto o poder de Deus para criar, a partir do nada; o que se constata no uso do verbo hebraico “bara”, ou seja, criar a partir do nada; quanto sua preexistência, antes da matéria, do universo ou de qualquer outro deus, sendo ele o único e verdadeiro Deus. É também uma declaração implícita de que toda a bíblia é verdadeira e divinamente inspirada.

“E em Jesus Cristo, Seu único filho” A partir deste ponto o credo passa a abordar temas polêmicos para a cosmovisão da época. Se hoje, seu uso é tanto didático, ao repassar a crença e detalhes básicos, quanto religioso ao ser usado como uma oração ou reza, no tempo de sua criação e difusão inicial, era uma ferramenta de afirmação das verdades em que criam e de refutação das crenças e pequenas heresias que rondavam a religião.
Nesta frase, vemos a afirmação que Jesus é o Cristo, ou seja, o esperado Messias, o enviado dos céus, que os Judeus esperavam, e também que ele é o Filho de Deus, um dos títulos que teria este Messias. Porem, esta afirmação, não é apenas um titulo, mas uma certeza de que Jesus é o filho unigênito de Deus.·.
“Nosso Senhor” Esta declaração de senhorio serve tanto para se reconhecer como servo ou escravo de Jesus, cumprindo seus desígnios, ou seja, obedecendo a lei de Deus, que se resume em “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” quanto para dizer que ele é o único senhor, tirando dos lideres políticos e religiosos, vícios, pecados ou qualquer coisa que o valha, o poder sobre o fiel.

“que foi concebido pelo poder do Espírito Santo” Esta passagem, denota a crença que Jesus não teve uma concepção conjugal e que era mesmo o Filho de Deus.

 “Nasceu da Virgem Maria” O Nascimento virginal do Messias é um ponto profético importante par ao Judaísmo, donde vem esta crença, adotada pelo cristianismo. As afirmações de que Jesus foi “concebido pelo Espírito Santo” e nasceu de uma “Virgem”, demonstram que ele tem tanto origem humana quanto divina.  O que refuta a teoria de que ele seria um líder político ou filosófico, ou um profeta, simplesmente humano, e de que ele era um super humano, não possuindo corpo, como um holograma ou um espírito que vagueava pela terra.
“Padeceu sob Pôncio Pilatos” A Perseguição e martírio de Jesus são pontos da profecia acerca do Messias, tanto o valor pelo qual seria vendido quanto a sua forma de morte e detalhes sobre seus últimos momentos estão descritos ao longo do Antigo Testamento.

“Foi crucificado, morto e sepultado” sua morte, os pés e mãos transpassados, o madeiro, sepultamento entre outros também são pontos fundamentais destas profecias.

 “desceu à mansão dos mortos” esta afirmação reforça a anterior, de que Jesus foi “Morto” e que esteve no “Sheol” termo antigo para “lugar dos mortos”, pois somente deste lugar poderia, realmente ressuscitar; de lá, também, venceu a morte e o inferno e trouxe a chave do reino dos mortos.

 “Ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus” segundo a tradição judaica, uma ressurreição só era válida e sobrenatural se fosse após o terceiro dia, antes disto, era considerado como uma catalepsia, ou seja, um distúrbio em que a pessoa parece morta. Outro ponto importante é que segundo a bíblia “o salário do pecado é a morte”, logo, não havendo pecado em Jesus, Ele não pode permanecer morto. Uma vez ressurreto, passou cerca de 40 dias na Terra, instruindo e animando seus seguidores, até ser arrebatado na presença de cerca de 500 pessoas.

 “está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso” a posição de realeza de Jesus é reconhecida aqui, também, sua autoridade. Esta visão de Jesus a direita de Deus pai foi citada por Estevão, quando foi apedrejado pelos perseguidores da igreja primitiva.

 “de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos” o juízo final é ponto crucial da doutrina cristã. Segundo este pensamento, todas as pessoas, desde a criação da humanidade, serão julgadas, pelos seus atos, com a variável, da aceitação de Jesus como seu Senhor e Salvador, o que remiria seus pecados.

 “Creio no Espírito Santo” a crença no Espírito Santo é um dos prontos fundamentais pensamento cristão, que o vê como terceira pessoa da trindade divina, portador da força motora e mantenedora do universo, responsável pela comunicação de conhecimento e poder para todos os cristãos e para o próprio Jesus Cristo, enquanto encarnado, realizarem os milagres e manterem-se afastados do pecado.

“na Santa Igreja Católica” esta talvez seja a frase mais sombria deste credo, pois, o tempo e as culturas, mudam, tanto as religiões, quanto o sentido das palavras.
Hoje no Brasil, esta afirmação tem a conotação de que se crê na Igreja Católica apostólica romana, e que se afirma a santidade desta igreja. Porem, em seu sentido original esta frase quer dizer algo como “Creio em um povo separado do mundo, mas que ainda vive nele, com a função de servir a Deus, este grupo é Universal.”

 “na comunhão dos Santos” Esta igreja Universal (católica – no grego) forma um corpo místico, juntando todos os seus membros vivos e mortos, por esta razão, também se refere a esta igreja como “corpo de Cristo”.

“Na remissão dos pecados” A morte de Jesus não foi acidental ou política, mas fazia parte de um plano vicário para salvar todos os homens, de acordo com sua aceitação deste favor imerecido, a Graça Salvadora de Deus. Esta morte gerou um crédito de justiça tamanho, que pode redimir qualquer pecado passado, e dar força para que o pecador se mantenha afastados dos pecados futuros.

 “na ressurreição da carne” haverá um dia em que todos os seres humanos serão julgados por suas obras, para isto, todos serão ressuscitados.

 “na vida eterna” Os que foram piedosos, terão seu lugar no céu, com Deus, os que foram ímpios serão condenados a um lago que arde com fogo e enxofre, com Satanás e seus demônios. Ambos, para a eternidade.
                                                                                                                                                      
                                                                                                                                                        “Amém”

O Cristianismo prático

Nos anos 80 os cristãos eram chamados de “bíblia”, pois estavam sempre com este livro sob o braço, á caminho de suas reuniões. Por isto eram distinguidos.
Hoje, com o advento das bíblias no celular, está mais difícil de distingui-los.
Para isto temos que caminhar com eles e observar suas palavras e principalmente atos.
Para ser parte da igreja visível, talvez, frequentar um culto semanalmente ou se afiliar a uma entidade cristão baste; mas, para se tornar um verdadeiro imitador de Cristo, é outra historia.
É isto que tenho buscado nestes três anos de conversão ao cristianismo. Lendo a palavra e a utilizando como um espelho e um norte para meus atos e pensamentos, sendo acompanhado regularmente por uma liderança sadia e comprometida, participando de grupos de crescimento e principalmente, aplicando o que tenho aprendido em todas estas experiências.
Quero ser chamado de Cristão, como foram os da Antioquia, como imitador de Jesus, não como hoje são chamados os “Evangélicos”, que estão tornando-se crentes nominais, não praticantes.
Esta prática é a sujeição à vontade de Deus, tanto a geral, que está na bíblia, quanto a especifica, para a minha vida, obedecendo à voz do Espírito Santo, soprada através da palavra. O poder para isto vem do reconhecimento de minha falibilidade e dependência total da misericórdia do Supremo.
Evitar o mal, resistir ao Diabo, e sujeição a Deus são os pontos cruciais. Pois, sem estas, as questões morais e filosóficas do cristianismo não tem efeito e valor eterno.
Porém, como estas questões moldaram o conceito moral do ocidente, em minha vida quotidiana também fizeram uma grande revolução, uma vez que me sujeitei aos mandamentos divinos e tive toda a minha vida transformada, desde deixar vícios a mudar relacionamentos e forma de pensar.
Hoje, me tornei melhor filho, pai, cidadão e tenho a certeza da Vida Eterna, o que é o melhor.

Poderíamos passar anos e anos dissertando sobre os mandamentos divinos, suas promessas e sanções e a aplicação diária, os judeus separaram em 613 mandamentos básicos, mas existem detalhes, em cada um.
Mas, segundo Paulo, ““... toda a Lei se resume num só mandamento, a saber: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
Este é o Alvo, manifestar o amor, pois, desta forma, estamos tanto conhecendo a Deus quanto o fazendo conhecido, o que são as funções dos cristãos, pois “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” segundo São João.