Cotidiano da Luz
Caiu'm rai'no'lest
Num'arvore
De'um fogo da peste
Se'nsimesmou
Subiu alto
E o ven'tocou
Oeste afora
Foi alumiando
Brilhando e'squentando
No extremo'este
Depois da ponte
Caiu num rio-mar
Que chama horizonte
Se apagou num assovio
Deu um filho de vapor
Que com pavor
Nuvem subiu
Na hora qu'a nuvem
Na bola do mundo fazia volta
A fumaça matutina
Da bola de fogo,
Lhe seguia, toda torta
Quando passou na casa sua
Tu disse
"Essa bola de nuvem
Minha'i'sua
Bem pudia si chamar lua"
E assim foi
Fogo esquentando a terra
Fumaça brilhando pelo de boi
Nuvem no revéz
Trazendo de volta
O que se foi
Tudo escuro,
A nuvem completa o caminho
E la no leste, chove mansinho
cai-se num raio
E forma um corisquinho
Fogo, fumaça, vento, nuvem, todo este afã
Dizem ser de sempre
Mas é novo a cada manhã.
E quem afirma que não se renove
Confirma
Depois me comprove.
Assim sonhei
Na minha idéia
Tornou lei.
E este moto-continuo
Parecendo as rodas do engenho
Se refaz desde que de menino
Por gente me tenho
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