quarta-feira, 16 de abril de 2014

Quotidiano D'Aluz

Cotidiano da Luz

Caiu'm rai'no'lest
Num'arvore
De'um fogo da peste

Se'nsimesmou
Subiu alto
E o ven'tocou

Oeste afora
Foi alumiando
Brilhando e'squentando

No extremo'este
Depois da ponte
Caiu num rio-mar
Que chama horizonte

Se apagou num assovio
Deu um filho de vapor
Que com pavor
Nuvem subiu

Na hora qu'a nuvem
Na bola do mundo fazia volta

A fumaça matutina
Da bola de fogo,
Lhe seguia, toda torta

Quando passou na casa sua
Tu disse
"Essa bola de nuvem
Minha'i'sua
Bem pudia si chamar lua"
E assim foi

Fogo esquentando a terra
Fumaça brilhando pelo de boi
Nuvem no revéz
Trazendo de volta
O que se foi

Tudo escuro,
A nuvem completa o caminho
E la no leste, chove mansinho
cai-se num raio
E forma um corisquinho

Fogo, fumaça, vento, nuvem, todo este afã
Dizem ser de sempre
Mas é novo a cada manhã.

E quem afirma que não se renove
Confirma
Depois me comprove.

Assim sonhei
Na minha idéia
Tornou lei.

E este moto-continuo
Parecendo as rodas do engenho
Se refaz desde que de menino
Por gente me tenho

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